Ansiedade de separação
Cães perturbadores ou destrutivos geram muita frustração a seus donos. Comportamentos como urinar e defecar fora do local ensinado, roer mobílias da casa, uivar, latir excessivamente ou tentar fugir da área em que se encontra geram queixas da família e costumam não ser contornados pela maioria dos donos devido à falta de tempo, informação e paciência.
A existência desses problemas, muitas vezes indica que um cão precisa ser educado e condicionado conforme as regras da casa, porém eles também podem ser sintomas de angústia. Quando os problemas de um cão são acompanhados por outros comportamentos de socorro, como ficar ofegante, salivando e/ou excitado ou ainda apático e deprimido, sempre mostrando ansiedade, quando seus “pais” preparam-se para sair de casa, nos prova que a causa desse círculo comportamental não está somente na falta de treino e limites; o cão na verdade sofre de uma síndrome psicológica, conhecida como Síndrome da Ansiedade por Separação.
A ansiedade da separação é acionada quando os cães ficam chateados por causa da separação de seus tutores, as pessoas a quem estão anexados. Alguns cães que sofrem de ansiedade de separação ficam agitados quando seus tutores preparam-se para sair. Outros parecem ansiosos ou deprimidos antes da partida de seus tutores ou quando seus tutores não estão presentes. Alguns tentam impedir que seus “pais” saiam de casa. Normalmente, logo após deixarmos sozinho um cão com ansiedade de separação os comportamentos são iniciados. Quando o tutor volta para casa, o cão age como se tivesse passado anos da sua saída, como se sua sobrevivência dependesse desse momento. Uma relação de dependência extrema foi alimentada pelos donos e isso quase sempre gera consequências ruins.
Os cães são animais sociáveis, constroem e se fortalecem dentro de uma relação familiar, portanto não é natural para eles viver sozinhos. Por outro lado a maioria das famílias possui uma rotina de trabalho intensa e passam muitas horas longe de casa, e é por isso que devemos nos preocupar em adaptar e educar nossos cães a viverem nesse contexto. Precisamos ensinar os cães a ficarem sozinhos, mostrando que esses momentos não representam algo trágico e que existem outras formas de direcionar seu tédio e frustração.
O processo pedagógico deve ser iniciado o quanto antes, ainda bem filhote, e caso algo tenha sido negligenciado nunca é tarde para começarmos. Existem profissionais que estudaram e praticaram para ajudar as pessoas a educarem seus cães. Sempre é válido reconhecer que precisamos de ajuda.