Cherry eye

Também conhecida como prolapso da glândula da membrana nictitante ou Protusão da glândula da terceira pálpebra e erradamente algumas pessoas se referem como protusão da glândula de Harder.

O cão tem 2 glândulas lacrimais, sendo que em cada indivíduo uma é a principal e a outra acessória. Uma está localizada temporalmente ao bulbo ocular (lateral superior), e a outra fica na face interna da membrana nictitante (também chamada de terceira pálpebra). A glândula lacrimal é responsável pela produção da parte aquosa da lágrima. A lágrima é composta por água, muco e gordura. A lágrima é quem nutre a córnea, e por isso que quando ela está em baixa quantidade ou de má qualidade, o bulbo ocular “sofre”.

O prolapso da glândula da membrana nictitante ocorre devido a frouxidão do ligamento que a mantem na posição correta. É mais comum ocorrer em filhotes até 6 meses, nas raças buldogue francês, buldogue inglês, beaggle, sharpei e maltês. Mas nada impede de ocorrer em outras raças e idades.

Fonte: en.wikipedia.org

Antigamente preconizava-se a estirpação da glândula prolapsada, porém, já foi comprovado que essa atitude pode acarretar problemas graves futuros, com relação a falta de lágrima. Existem várias técnicas para reposicionar a glândula prolapsada, cada profissional tem sua preferência, não existe a melhor ou pior técnica. Estão habilitados para realizar essa cirurgia veterinários oftalmologistas e cirurgiões.

Mesmo após a cirurgia, pode haver novo prolapso da glândula, a literatura cita até 20%, e cada profissional lida com isso de uma maneira diferente. O importante é não estirpar da glândula. Com sorte, alguns casos de prolapso da glândula podem ser resolvidos sem cirurgia, apenas com anestesia local e manobra adequada.

O momento ideal de operar deve ser o quanto antes, após uma tentativa de manobra ambulatorialmente, pois quanto mais tempo a glândula fica exposta, mais chance de danificar sua função. O momento da cirurgia deve ser programado juntamente com o clínico do animal, para que não atrapalhe seu esquema de vacinação. Também é o clínico que providencia o check up antes da cirurgia.

O prolapso pode ocorrer em ambos os olhos, ou unilateral. Também pode ocorrer em momentos diferentes. Tendo que operar primeiro um olho, e semanas, meses ou até depois, operar o outro olho.

Fonte: nowisconsinpuppymills.com

Fonte: www.bullytree.com

O pós operatório dura até 15 dias, com colírios de antibotico e antiinflamatório e o uso do colar elisabetano. Durante a cirurgia algumas células são danificadas, dificilmente a ponto de levar a uma lágrima ruim no futuro, mas por precaução, ideal seria após 6 meses a 1 ano, da alta da cirurgia, passar por nova consulta e medir a produção da parte aquosa da lágrima com o teste de Schirmer.

Fernanda Guimarães Jannuzzi

CRMV-RJ 7393

Oftalmologista Veterinária

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